Instituto Pensar - Dia Internacional da Internet coloca em debate universalização do acesso

Dia Internacional da Internet coloca em debate universalização do acesso

por: Laura Moschoutis


Crianças em vulnerabilidade enfrentam dificuldades para acessar educação online por falta de acesso à internet. Foto: Guilherme Baffi/Diário da Região

Nesta segunda-feira (17), é celebrado o Dia Internacional da Internet em um cenário de dependência crescente da tecnologia que conecta pessoas ao redor do mundo. No contexto de um período de pandemia e isolamento social, a data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006, ganha outra projeção e significado. 

O uso da internet durante o período de isolamento social devido à pandemia da Covid-19, que transformou uma série de serviços e relações presenciais em virtuais, tornou-se tema central para pesquisadores da tecnologia. No Brasil, pesquisas recentes mostram a intensificação do uso da rede e, ao mesmo tempo, a necessária preocupação com a intensificação das desigualdades pela falta de acesso ao serviço. 

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Internet no Brasil e a pandemia

Em estudo divulgado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) em abril de 2021, foi registrado crescimento em atividades de entretenimento, consumo, educação e trabalho, entre outras. Atividades essenciais para toda a sociedade, em diversas frentes, foram posicionadas em espaços virtuais para garantir a proteção, mesmo em escala menor do que a necessária, da população diante do vírus que já ocasionou a morte de mais de 435 mil brasileiros

A pesquisa também evidenciou a persistência de desigualdades no acesso e na apropriação dessas tecnologias, principalmente entre parcelas mais vulneráveis da população. Em 2019, ainda segundo o Cetic.br, mais de 25% da população brasileira não tinha acesso à internet. Isso significa que 20 milhões de lares, principalmente de famílias com renda até um salário mínimo não estavam conectados.

Segundo Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, a falta de acesso à Internet e o uso exclusivamente por celular, especialmente nas classes D e E, evidenciam as desigualdades digitais presentes no país, e apresentam desafios relevantes para a efetividade das políticas públicas de enfrentamento da pandemia.

"A população infantil em idade escolar nas famílias vulneráveis e sem acesso à Internet também é muito afetada neste período de isolamento social. A pandemia revela de forma clara as desigualdades no Brasil.?
Alexandre Barbosa

O que esperar da tecnologia 5G 

A tecnologia 5G, prevista para estar disponível nas 27 capitais brasileiras até julho de 2022, é apontada por profissionais da área e pelo governo como porta de acesso para inovações e também para a democratização de serviços. A 5G promete trazer inovações que irão modificar mais ainda as relações de trabalho, e suprir as necessidades de um sistema de internet já sobrecarregado pela demanda da pandemia. 

O esperado, com a implementação da tecnologia, que promete se estender até o interior dos estados, é que mais brasileiros tenham acesso aos serviços que, inevitavelmente, serão mantidos de forma virtual. A chance do aprofundamento das desigualdades por meio da falta de acesso aos serviços disponibilizados pela internet é grande caso a tecnologia não seja efetivamente entregue às populações já em vulnerabilidade. 

Histórico da Internet

A data foi estabelecida pela ONU em janeiro de 2006, para promover reflexão sobre as potencialidades e desafios das novas tecnologias na vida dos cidadãos.

As origens da internet remontam à Segunda Guerra Mundial. Só no final dos anos 60 foi criada para fornecer um canal de comunicação específico para os serviços militares estadunidenses, e promoveu ao longo das décadas seguintes uma expressiva mudança no cotidiano da população mundial. 

No Brasil, o acesso à internet teve início em setembro de 1988 quando no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado no Rio de Janeiro, conseguiu acesso à Bitnet, por meio de uma conexão de 9.600 bits por segundo estabelecida com a Universidade de Maryland.

Nos anos seguinte o acesso foi ampliado com outras conexões. A rede, difundida inicialmente em institutos relacionados à pesquisa e logo conectada com universidades brasileiras, culminou na criação do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com o objetivo de disseminar informações a sociedade civil e a democratização do acesso às redes de computadores no país.

A internet ainda tem originado debates profundos sobre os mais diversos temas. Entre eles a qualidade da informação, segurança de dados e até relações psicológicas afetadas pelas redes sociais. Além do imprescindível debate sobre a desigualdade promovida pela divisão entre os que têm acesso à internet e a todo o universo crescente que advém dela e os que não têm.

Conectividade na Autorreforma do PSB

Debate central da Autorreforma do PSB , a economia criativa e o acesso à cultura também dependem da tecnologia de redes. Segundo as teses defendidas pelos socialistas, a era do conhecimento e da disseminação global precisa contemplar o debate sobre a cultura nacional e a garantia de acesso dessa cultura à população do Brasil.

"Na era do conhecimento, em que as novas tecnologias de informação e comunicação tendem a disseminar em escala global as manifestações artístico-culturais e políticas, é preciso refletir, o mais profundamente possível, sobre os fatores que podem configurar a cultura brasileira e a identidade nacional. Identidade que não é estática, monocromática ou exclusivamente nacional, ou local.?
Autorreforma do PSB

O ideal, segundo a Autorreforma, seria que as riquezas cultural, literária e artística, fossem transferidas para o universo da inovação, sendo aplicadas no design nacional, para os games, para os softwares brasileiros. Para os socialistas, "é preciso marcar a cultura tecnológica com as digitais da diversidade cultural do País?.

Com informações de Techtudo



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